sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Encontros


Podemos refletir acerca de dois tipos de encontros: O encontro apaixonado e o encontro iluminado. O encontro apaixonado é o mais sonhado, desejado, cantado e sofrido na história humana. Milhões de livros são vendidos e muitos crimes cometidos em seu nome, além de todos os jogos de sedução e poder que o alimenta e evoca.

O Ser carente, que vive de sua falta e vazio interno procura o tempo todo alguém para lhe salvar e preencher aquele espaço oco no centro do peito. Esse Ser olha para fora, buscando loucamente uma paixão colorida para dar intensidade a vida rotineira e sem graça em que vive. Será que vive?

De repente essa paixão chega como um vulcão em erupção, esquenta, alegra, vira festa, sexo e rock'n roll. Até o ciúme, a posse, o controle, todos os medos e a ansiedade começam a constelar, transformando a festa em conflito, tensão e cinzas. As lavas do belo vulcão vão petrificando as mais belas emoções e sentimentos, e o que era doce vira fel. O fogo apaga, o entusiasmo vai embora, volta à tristeza, a angústia, o vazio mais vazio e insuportável. A busca recomeça, a ansiedade retorna potente e a vida vai acontecendo entre tapas e beijos.

O encontro iluminado é vivência de gente comprometida consigo mesma, que investe na evolução pessoal, compreende o que a busca se faz para dentro de si, num contínuo processo de individuação e que as projeções são espelhos. O ser em individuação, no caminhar pela vida, vivamente, até apaixonadamente, pois fogo é vida, vai encontrando pessoas que partilham instantes mágicos ou trágicos. Experimentam os encontros, vai afetando e sendo afetado contínua e corajosamente. A sexualidade vai acontecendo como celebração. Os toques afetuosos vão fundindo prazeres no corpo, dissolvendo tensões. As intenções vão sendo reveladas com a sinceridade do coração livre. As mutações são vivenciadas naturalmente, sabendo-se que tem gente que vem para ficar e outras para ir embora. A experiência máxima nesse encontro iluminado é o exercício da pura liberdade.

Na realidade todos querem encontros iluminados e somos pegos muitas das vezes por encontros apaixonados. Nem sempre querer é poder, porém saber que se pode transformar através do conhecimento e experimentação, faz com que uma esperança nasça e a ação afetiva construa de forma saudável um relacionamento amoroso.


EQUIPE PENSANDO BEM...

Fotos do Encontro de 04 Fev 2009

Para ver as fotos ampliadas, clique nas imagens que quiser (na pagina 2, onde estão menores)

Clique aqui para ir para o site das fotos:


http://www.flickr.com/photos/quartafilosofica/



Encontro de 04 Fev 2009


No encontro na casa de Gladys o assunto principal foi um compartilhamento de opiniões a respeito do tema "Amor, Paixão, Encontros e Desencontros", onde os participantes puderam ponderar sobre seus conceitos e suas experiências nessa área tão instável... Foi apresentado por Nathália um artigo de Foulcault sobre sexualidade e outro muito interessante que publicamos acima. Uma parabenização pelo aniversário de nossa querida amiga Cláudia iniciou o encontro. Outro evento digno de nota foram a apresentação de 3 novos convidados que muito abrilhantaram os diálogos.
Para encerrar foi feito um brinde ao novo ano que inicia, onde esperamos que seja de grande proveito filosófico.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

FILOSOFIA?


A palavra grega filia significa amor, busca, interesse; filos “aquele que se interessa” e sofia pode ser traduzida como sabedoria. Amor ao saber, é aquilo que permite o filosofar, filósofo é aquele que se permite entrar em contradição consigo mesmo, que se permite saber que nada sabe e por isso procura a alhqeia, ou seja, a verdade verdadeira, o conhecimento racional que nasce através da filosofia.

Um sentimento de perplexidade e de admiração toma as crianças de um modo geral fazendo com que os por quês brotem de suas bocas. Esse tipo de postura é denominado de atitude filosófica que nada mais é do que ser tomado por um sentimento de espanto, iniciando assim, as indagações e neste caso é os adultos que sofrem. Mas qual é o motivo do sofrimento se todo adulto já foi um dia uma criança? A questão é: por que, quando crescemos, deixamos de indagar? Por que nos acomodamos às explicações que nos são dadas e nos sentimos incomodados com quem insiste em tentar nos fazer pensar? Será que isso é reflexo do frenesi pós-moderno? Quem pensa nos dias de hoje? Como a filosofia pode nos ajudar a reverter essa paralisia epistemológica?

Com tantas perguntas provocantes podemos perceber que não há respostas definitivas e é neste sentido que a filosofia quebra paradigmas, verdades pré-estabelecidas que muitos não ousam questionar. Filosofar é estar no mundo, é atuar conscientemente, para assim poder transformar sua própria realidade. E quem foi que disse que filosofia não serve para nada? Talvez filosofar seja repensar tudo, inclusive esse conceito.


Nathalia Regina P. Alberto é graduanda

em filosofia pela UFJF e Pós-Graduanda

em Filosofia Clínica pelo Instituto Packter